Quais são os jornais com mais de 100 anos em circulação no Brasil?

O Brasil tem muitos jornais centenários. Observe a lista a seguir (Fonte: Associação Nacional de Jornais):
Jornal Data de fundação Fundador Cidade/Estado
Diário de Pernambuco 07/11/1825 Antônio José de Miranda Falcão Recife/PE
Jornal do Comercio   01/10/1827 Pierre Plancher Rio de Janeiro/RJ
O Mossoroense    17/10/1872 Jeremias da Rocha Nogueira Mossoró/RN

O Estado de S. Paulo
  
    01/01/1875
Américo de Campos e Francisco Pestana São Paulo/SP
O Fluminense   08/05/1878 Prudêncio L. Ferreira e Francisco Miranda Niterói/RJ
Tribuna do Norte 11/06/1882 João Romeiro Pindamonhangaba/SP
Gazeta de Alegrete   01/10/1882 Barão de Ibirocai Alegrete/RS
Diário de S. Paulo
(antigo Diário Popular)
08/11/1884 José Maria Lisboa São Paulo/SP
O Taquaryense 31/07/1887 Albertino Saraiva Taquari/RS
Gazeta de Minas   04/09/1887 Antônio Fernal Oliveira/MG
Diário Popular 27/08/1890 Theodósio Menezes Pelotas/RS
Jornal do Brasil 09/04/1891 Joaquim Nabuco e Rodolfo Dantas Rio de Janeiro/RJ
Gazeta de Ouro Fino   31/01/1892 Júlio Bueno Brandão Ouro Fino/MG
A União 02/02/1893 Álvaro Machado João Pessoa/PB
A Tribuna 26/03/1894 Olympio Lima Santos/SP
    Correio do Povo   01/10/1895 Francisco Antônio Vieira Caldas Júnior Porto Alegre/RS
Jornal A Mococa 11/04/1896 João Gomes Barreto Filho Mococa/SP
Jornal A Comarca 05/07/1900 Francisco Cadorna Mogi-Mirim/SP
Jornal de Piracicaba 04/08/1900 Buarque de Macedo, Alberto Horta e Antônio Ferraz Piracicaba/SP
Tribuna de Petrópolis 09/10/1902   Arthur Barbosa Bentes Petrópolis/RJ
Cruzeiro do Sul   12/06/1903 Joaquim Firmiano de Camargo Pires Sorocaba/SP
Jornal do Comercio 02/01/1904 Major Rocha dos Santos Manaus/AM
Jornal Cidade de Rio Claro 01/01/1905 Enéas Ferreira da Silva Rio Claro/SP
O Norte 07/05/1908 Oscar Soares e Orris Soares João Pessoa/PB
Comércio de Jahu 31/07/1908 Irmãos Floret Jaú/SP
Jornal Correio Riograndense 13/02/1909 Pe. Cármine Fasulo Caxias do Sul/RS
O Jornal do Brasil, incluído na lista como um dos centenários, deixou de ser impresso em 1 de setembro de 2010, data em que passou a existir apenas em forma digital.
De acordo com os administradores do Jornal do Brasil, a decisão levou em conta o alto custo do papel, tanto comercialmente quanto ecologicamente. Também foram analisada as novas possibilidades de leitura por meio de equipamentos digitais que imitam a qualidade do papel. Dessa maneira, o Jornal do Brasil diz ter assumido uma posição de vanguarda, tornam-se o primeiro jornal totalmente digital do Brasil.

O IVC e o jornalismo

O Instituto Verificador de Circulação (IVC) tem estrita ligação com o jornalismo. Mais precisamente com o exame da circulação de jornais no Brasil.
Logotipo do IVC. Imagem: IVC
O IVC é uma instituição sem fins lucrativos que surgiu no Brasil em 1961 e foi incorporado em 1963 como uma das 20 associações filiadas à International Federation of Audit Bureaus of Circulations (IFABC). Trata-se de uma organização que possui a finalidade de investigar, por meio de auditorias, a circulação de revistas e jornais.
Antes do IVC, outras organizações semelhantes já haviam sido criadas em outros países, como podemos observar à seguir:
  • 1889 – Estados Unidos;
  • 1922 – França;
  • 1925 – Suíça;
  • 1930 – Dinamarca;
  • 1931 – Inglaterra;
  • 1932 – Austrália;
  • 1937 – Canadá;
  • 1940Noruega;
  • 1942 – Suécia;
  • 1946 – Argentina;
  • 1947África;
  • 1948 – Índia;
  • 1949 – Alemanha;
  • 1951 – Bélgica;
  • 1952 – Japão;
  • 1956 – Finlândia;
  • 1957 – Venezuela;
  • 1961 – Brasil;
  • 1962 – Itália;
  • 1963 – Israel.

 

Presidentes do IVC

Como elaborar uma agenda de contatos para fins jornalísticos

Existem, basicamente, duas maneiras de elaborar uma boa lista de contatos para fins jornalísticos:

  1. A maneira “analógica”;
  2. E a maneira digital.

O jeito “analógico” é nada mais que a popular agenda de contatos impressa em papel. Porém, nesse post nós vamos nos concentrar na forma digital porque, diga-se de passagem, é a mais eficaz.

Procedimentos para criação de uma agenda de contatos para exercício do jornalismo

Breve história do jornal “O Globo” e o Golpe de Estado de 1964

O fundador do jornal "O Globo", Irineu Marinho. Imagem: mensagensvirtuais.xpg.com.brO jornal “O Globo” foi fundado em 29 de julho de 1925 por Irineu Marinho. Ainda hoje, o periódico pertence à família Marinho, mas agora trata-se de apenas uma fatia do conglomerado administrado pelas Organizações Globo.

Entre os anos de 1930 e 1980, “O Globo” foi o campeão de circulação no Brasil. Durante a Segunda Guerra Mundial, o jornal criou um projeto que encaminhava informações a respeito do país para os soldados brasileiros que participavam no front da guerra. Esse empreendimento foi denominado Globo Expedicionário.

A versão eletrônica do jornal foi lançada em 1996.

Jornal "O Globo". Imagem: danschlund.com

Leia a seguir algumas das características desse que é um dos jornais de maior circulação no Brasil:

  • O jornal é conservador;
  • É distribuído diariamente e em 1972 tornou-se o primeiro periódico do Brasil a ser distribuído aos domingos;
  • Possui formato Standard;
  • “O Globo” pertence à família Marinho, mas é administrado por funcionários contratados;
  • Os principais concorrentes de “O Globo” atualmente são: revistas, outros jornais, TV, internet.


O editorial controverso do jornal “O Globo”

Como funciona um jornal impresso

Um jornal impresso é um veículo de informação social que, atualmente, funciona sob uma extensa estrutura organizativa. Observe o organograma a seguir:
Apresentação1
Basicamente, o dono do jornal dialoga diretamente com:
  • O Diretor Comercial;
  • O Diretor Administrativo;
  • O Diretor de Jornalismo;
  • O Diretor de Circulação.
O Diretor de Jornalismo, por sua vez, comanda o Editor Chefe e, abaixo deste último, estão:
  • O Secretário de Redação;
  • O Editor de Jornalismo;
  • O Editor de Arte e Fotografia.
O Editor de Arte e Fotografia tem como subordinados os:
  • Diagramadores;
  • Ilustradores;
  • Fotógrafos.
Já o Editor de Jornalismo comanda:
  • O Chefe de Reportagem;
  • Os Redatores;
  • Os Revisores;
  • Os Correspondentes.
Por último, o Chefe de Reportagem comanda os repórteres.
Todos os jornais são divididos entre “notícias” e “comentários”. As notícias são as informações que devem ser o mais imparciais possíveis. Já os comentários, são as matérias carregadas de opiniões, longe do reinado da imparcialidade.
Redação do jornal The New York Times. Foto: estadao.com.br
Assim, um jornal possui as editorias de notícias e as seções opinativas.

Editorias e seções

O jornalismo de primeira de José Hamilton Ribeiro

reporterdoseculoJosé Hamilton Ribeiro é jornalista. Um dos melhores, diga-se de passagem. Nasceu em 1935 e tem mais de 50 anos só de jornalismo. Ao longo de sua carreira, escreveu para diversas mídias:

  • Rádio Bandeirantes;
  • Revista Realidade;
  • Revista Quatro Rodas;
  • Revista Veja;
  • Jornal Folha de São Paulo;
  • Globo Repórter;
  • Fantástico;
  • Globo Rural.

Recebeu mais de 15 premiações por seu trabalho, dentre elas, venceu por sete vezes o Prêmio Esso de Jornalismo. Veja a tabela a seguir:

Ano Prêmio Reportagem Veículo
1963 Prêmio Esso Nacional de Equipe Radiografia do Rio Revista Quatro Rodas
1964 Premio Esso Regional “A” São Paulo de corpo inteiro Revista Quatro Rodas

1967

Prêmio Esso de Informação Científica Uma vida por um rim Revista Realidade
1968 Prêmio Esso de Informação Científica Do que morre o Brasil Revista Realidade
1972 Prêmio Esso – Edição Especial sobe a Amazônia Amazônia Revista Realidade
1973 Prêmio Esso de Informação Científica Seu corpo pode ser um bom presente Revista Realidade
1977 Prêmio Esso de Informação Científica Na boca da milésima extracorpórea (Coração a céu aberto no sertão) Dia e Noite – São José do Rio Preto

Apesar de tantos prêmios em sua carreira, a matéria mais importante da vida deste jornalista foi, exatamente, uma que não ganhou o Esso. Trata-se da reportagem “Nosso repórter viu a guerra de perto”, publicada na Revista Realidade. Só não venceu o Prêmio Esso porque o regulamento só aceitava matérias escritas no Brasil.

A reportagem tratava do assunto mais importante de 1968 no cenário mundial: A Guerra do Vietnã. Mas algo saiu errado enquanto Hamilton – que era o único repórter brasileiro a cobrir aquela guerra – apurava o material. Era o seu último dia no Vietnã e voltaria para casa no dia seguinte. Então, foi acompanhar os soldados da Companhia Delta numa batida em uma aldeia de camponeses. No caminho, pisou numa mina e acabou perdendo uma perna.

Veja abaixo um documentário sobre esse extraordinário jornalista, produzido por Sandra Sato e Edsandra Carneiro:

História da Imprensa no Brasil

A história do jornal ou da Imprensa no Brasil começa com a descoberta do país, por Pedro Álvares Cabral, no ano de 1500. É somente a partir deste evento histórico que a Imprensa começa a se desenvolver, ainda que de forma muito lenta.
Jornal do Brasil, 13 de maio de 1908. Foto: jblog.com.br
Apesar de a prensa de tipos móveis de Gutemberg ter sido inventada por volta de um século antes, foi somente em 1537 que o rei de Portugal, D. João III, inaugurou a Legislação de Imprensa, documento que se estendia até às colônias.
Veja, na cronologia a seguir, o que ocorreu após o estabelecimento da legislação – lembrando que algumas das datas divulgadas aqui são acompanhadas de “a cerca de”:

O jornal “O Estado de São Paulo” ao longo da história

O Estadão, apelido de “O Estado de São Paulo”, assim, no aumentativo, esta aí para mostrar a grandeza do periódico.  O jornal nasceu em 4 de janeiro 1875 sob o nome “A Província de São Paulo” com o objetivo de salvaguardar os interesses republicanos.

Logotipo do jornal Estadão. Foto: ribalmeida33.wordpress.comNos seus primórdios fora campeão de vendas avulsas. Essas vendas, aliás, eram alavancadas pelo imigrante francês, Bernard Gregoire.

Gregoire montava num burro e saía distribuindo o jornal pela cidade. Esse francês foi tão importante para o Estadão que, até hoje, sua insígnia faz parte do logotipo do grupo (veja ícone ao lado).

Quinze anos depois de sua origem, o jornal “A Província de São Paulo” passa a se chamar “O Estado de São Paulo”. Era a época da derrocada final da Monarquia.

Em 1902, o redator Júlio Mesquita, que trabalhava no periódico desde 1885, torna-se o único proprietário do Estadão. Desde então a família mesquita coordena todas as ações do periódico.

Ao longo de sua história, o jornal Estadão não foi nada imparcial quando o assunto era política. Veja alguns dos momentos em que o periódico tomou partido:

  • 1909 – Apoia a candidatura de Ruy Barbosa à presidência da República;
  • 1926 – Apoia a fundação do Partido Democrático, em São Paulo;
  • 1930 – Apoia a “Aliança Liberal” e a candidatura de Getúlio Vargas à presidência da República;
  • 1932 – O jornal é um dos articuladores da Revolução Constitucionalista;
  • 1964 – Apoia o movimento militar que depõe o presidente João Goulart. Tempos depois, o Estadão retiraria seu apoio e em 1968 seria impedido de circular.

Assim como todos os demais grandes jornais do Brasil e do Mundo, o Estadão assimilou a internet. Em 2000, o jornal fundiu os sites das outras alas do grupo, diga-se a “Agência Estado” e o “Jornal da Tarde”, num único portal chamado desde então de “Estadao.com.br”.

A tiragem do Estadão ao longo do tempo