Credibilidade é a qualidade de quem é confiável. Mas no jornalismo, essa palavra ou conceito tem um significado mais profundo. Isso acontece porque a credibilidade é o que faz com que a notícia seja notícia, isto é, um fato crível e não um boato.
O que, por exemplo, faz com que boa parte das pessoas acreditem nas notícias que estão sendo ditadas pelo Jornal Nacional, transmitido diariamente pela Rede Globo?
De fato, as pessoas acreditam nos jornalistas que estão por trás de cada notícia proferida ali porque as informações foram feitas partindo de alguns princípios básicos. As pessoas creem que os profissionais são sérios, que eles apuraram com antecedência tudo o que está sendo dito. Que eles checam as informações antes de divulgá-las. E essas regras e outras mais são seguidas ao pé da letra há décadas.
Assim, a credibilidade em jornalismo é a soma da reputação, das notícias verdadeiras que foram publicou, menos as falhas.
E, ainda, pode-se dizer que a credibilidade não pode ser criada de uma hora para outra. Ela é tal como uma rocha que precisa de tempo e pressão para ser constituída.
Contudo, qualquer defeito, qualquer interrupção na sequencia de fatos credíveis, qualquer fenda, pode colocar tudo a perder. As pessoas podem deixar de acreditar no profissional ou na empresa e, simplesmente, parar de lhes dar crédito.
Quando o lucro interfere na credibilidade
Um dos grandes dilemas do jornalismo é a questão do lucro e sua interferência na credibilidade. Hora, se o editor sabe que se divulgar uma notícia de um jeito e não de outro vai trazer mais retorno financeiro para o jornal, então, a credibilidade fica a um passo de ser deixada em segundo plano.
Aliás, uma pesquisa publicada no ano de 2004, pelo Projeto para a Excelência em Jornalismo da Universidade de Colúmbia, conclui que:
A maioria dos jornalistas:
“Acham que estão trabalhando em prol do interesse público, que estão tentando ser justos e independentes neste sentido”
Uma parte do público:
“Acredita que os jornalistas estejam mentindo ou se enganando. O público acredita que as organizações de mídia operam em larga escala para fazer dinheiro, e que os jornalistas que trabalham para estas empresas são motivados por ambição profissional e interesse próprio”
E os jornalistas realmente trabalham para empresas que lhes pagam os salários, isso é inegável. E essas empresas tentam dar aos jornalistas o máximo de independência para que eles possam ser imparciais. Mas essa imparcialidade talvez só seja possível em situações de pequeno interesse.
Mas é nas situações em que os interesses são grandes onde estão as possibilidades de enxergar quem realmente é imparcial ou não. E as eleições são um bom momento para isso.
Espere, portanto, as próximas eleições e tire as suas próprias conclusões. Veja quais jornais e quais jornalistas são imparciais e quais são parciais. Quem pende para um lado e quem pende para o outro. Observe e tente separar aqueles que merecem confiança daqueles que serão descartados no limbo da falta de credibilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário